Sabem o que é música?
Sabemos todos o que é música. Conhecemos seu poder, seu controle. Conhecemos o sentimento de ouvi-la.
Sabemos como é quando ouvimos uma música que nos toca, de uma forma ou de outra. Quer nos fazendo dançar, quer nos fazendo chorar; ela chega até a alma.
Queria escrever uma crítica. Uma crítica àquela música que tem o efeito oposto sobre nós. Sabem do que eu falo. Aquela que não te emociona, mas te incomoda. Que não comenta suas dores e alegrias, mas que te humilha. E eu queria, principalmente, criticar as pessoas que se deixam ser humilhadas. Os ouvintes.
Mas mudei de idéia; se eu fizesse isso perceberia a tristeza nas palavras. Tentar argumentar com um ignorante é humano, mas continuar a fazer isso por uma vida é simplesmente triste.
Claro que é bom criticar algo com alguém que compartilha sua opinião. É ótimo. Mas não é triste, também? Saber que a única forma de se expressar livremente é com alguém igual? Ora, não existe discussão, então. Não existe o poder do argumento, ou da persuasão. Não existe a vitória. Isso é triste.
Portanto, não vou discutir, falar mal, xingar ou o que quer que fosse que iria fazer.
Irei falar bem, do que merece ser falado. Para quê gastar tempo dando à vocês uma leitura nervosa, que só lhes trará raiva e indignação? Não. Vocês já te muito disso em suas próprias mentes.
Então falemos da boa música; ah, sim, isso sim.
Existem várias. E, como já disse, cada uma nos toca de uma forma diferente. Não é maravilhoso aquele som que parece fazer, por mágica, seu corpo se balançar? Não é ótimo como aquilo é divertido, como dá uma vontade pura de rir? Sim. E não é péssimo quando nos reprimimos, com o medo dos olhares?
Sim, é péssimo. E é isso que faz aquelas outras músicas, mais reflexivas, serem tão importantes para nós. Aquela banda “rebelde” que decide falar mal do mundo e de todos que vivem nele. Melancólica, odiosa, não importa. Diz a verdade. E, ao menos uma vez na vida, devemos parar para ouvir.
As músicas de amor e carinho também são boas. Se você sente o que ouve, ótimo. Se não sente, ótimo também; pode imaginar e se deslumbrar.
E existem as músicas que falam de dores. Das mais superficiais às mais profundas; todos sentimos. Só podemos não saber. E essas músicas nos ajudam a vê-las. Isso pode ou não ser bom. Isso não posso dizer-lhes.
E, existe, claro, o prazer da melodia. Do som da guitarra entrando lento por seus ouvidos, fazendo-o fechar os olhos e somente ouvir. Ou o som grave do baixo, que o faz sentir relaxado. Ou o ritmo constante da bateria, que parece ser o único som que te prende à realidade.
Sim, eu amo música. Se você não ama como eu, se você não entende o que eu acabo de escrever... Bem, sinto muito. Não sei se isso é algo que se aprende. Não sei se todos podem ouvir isso tudo, ou se só não querem realmente ouvir.
Mas não deixe de tentar. Ouça, sinta — viva.