O Coruja

21/02/2011 19:25

O livro conta a história de  André, o Coruja, desde sua infância sem pais até sua  velhice, enquanto também acompanha a  vida de seu amigo Teobaldo.

Este livro é um tanto diferente de alguns outros, pois, sem contar com as personagens principais, ele não mantém um foco; ou seja, não há um acontecimento único que move toda a história. É simplesmente a  vida de  André e de Teobaldo, seguindo uma linha imprevisível. Se no início da leitura  você simpatiza com os dois garotos excluídos da escola — por motivos completamente diferentes, diga-se de passagem —, já na metade você os observa com trinta anos e enrolados em uma outra  vida, em muitas outras personagens.

Os pontos abordados no livro são bem claros: ideais de casamento, diferenças entre classes sociais, pré-conceitos e uma análise do comportamento humano, entre tantos outros problemas mais fracos, porém freqüentes, da realidade brasileira oitocentista.

É uma boa leitura. Em  vários momentos pode fazer o leitor refletir sobre a sociedade e sobre si mesmo, além de dar uma boa  visão geral da época narrada.  As personagens tanto cativam quanto decepcionam, não por falta de estrutura na criação, de forma alguma, mas simplesmente pelos efeitos de suas personalidades sobre os outros. É possível que cada leitor assuma uma posição diferente a respeito dessas personagens e de seus atos.

Não há grandes surpresas ou momentos de tirar o fôlego; há, sim, um triste realismo. Ainda assim, o livro consegue ser interessante e prender a atenção, o que certamente vale uma boa e calma leitura, se for isso o que você procura.

 

Personagens +

André

Branca

Teobaldo

Leonília

 

Personagens -

D. Margarida

Teobaldo

Inês

Ernestina

 

Frases favoritas

“Visionário! Não se lembrava de que a bondade, à força de ser esquecida e desprezada, converteu-se em uma hipótese ou só aparece no mercado social em pequenas partículas distribuídas por milhares de criaturas; como se dessa heróica virtude houvesse apenas uma certa e determinada porção desde o começo do mundo e que, de então pra cá, à medida que se multiplicaram as raças, ela se fora dividindo e subdividindo até reduzir-se a pó.”

 

“Compreender o seu estado e não poder reagir contra ele; sentir escorregar-se para o abismo e não conseguir suster a queda; haverá maior desgraça e mais dolorosa tortura?”

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