O amor morre. O amor mata.

21/12/2010 21:35

Para quem conhece os livros e a série de televisão "Diários do  Vampiro", considere isso uma fanfiction onde a Katherine é um espírito, Damon a ama e eles estão longe de Stefan e Elena, só os dois. Para quem não conhece, leia sem problemas, desconsiderando os nomes famosos. ;)

 

 

“She loves you, yeah, yeah, yeah... She loves you, yeah, yeah, yeah”

Ele quebrou aquela porcaria de caixa de som. Por que prestava tanta atenção às letras das músicas? Isso fazia sua mente explodir. Seu coração também.

E o pior era que gostava de músicas românticas e sentimentais. Mas odiava sentir! Essas músicas só lhe traziam dor, e ainda assim, pareciam inevitáveis. Ele odiava tudo que sentia, sim, mas precisava disso, precisava conhecer sua dor. Só assim conseguia combatê-la. Mas é claro que ele nunca admitiria isso.

Só que em momentos como esse, ele perdia o controle. “Ela te ama”. Sim, eu sei, pensou ele; ela me ama e eu a amo também. Por isso é tão ruim! Ah, como seria bom se nosso problema fosse ao estilo Romeu e Julieta. Duas famílias rivais, que coisa simples! E eles ainda morrem, para viverem felizes na eternidade. Juntos.

Ele olhava para a caixa de som que havia arrancado da parede para parar de ouvir The Beatles. Ficou com raiva de si mesmo por ter agido impulsivamente, mas não pensou nisso por muito tempo. Ainda divagava sobre Romeu e Julieta.

- Realmente – ele murmurou. – Quem dera eu fosse Romeu e você Julieta, meu bem. Pelo menos existiria um fim. Pelo menos ambos estaríamos mortos.

Então ele sentiu o afagar invisível das mãos dela e ouviu o  sussurro em sua mente:

- Não subestime os sofrimentos humanos, Damon.

Ela apareceu em frente à ele. Parecia perfeitamente uma mulher agora, viva e sólida. Mas não era. Se Damon levantasse a mão para ela, a mão a atravessaria, pois ela era um fantasma.

- Ah, querida – ele murmurou de novo, observando a ilusão de um lindo rosto de mulher na sua frente. – Katherine, sempre superestimando os mortais.

- Só estou sendo realista. Você não devia zombar de sentimentos que você também tem.

Ele bufou.

- Eu não sou como eles.

- Eu não disse isso – ela falou, passando os dedos por seu rosto e dando à ele a sensação de toque. – Mas ser um vampiro não mudou o que há dentro de você; não completamente. Não se incomode em negar. Você não me ama, Damon?

- Claro que amo.

- Então é isso. Você sente. Como foi mesmo a frase que a garota falou naquele seriado, True Blood? Ah, sim. “Você é um grande falso. Você é profundo. Você sente. Existe amor em você.”

Ele bufou novamente, com um sorriso no rosto, e se jogou em uma sofá próximo, sem tirar os olhos dela.

- Bem – disse. – Agradeço a comparação com Eric Northman. Acho.

Ela riu.

Um silêncio caiu sobre eles. Depois de alguns momentos, Damon falou, baixo, como se fosse por respeito à algo.

- Como iremos fazer, Katherine? Eu... eu não acho que agüentaria o fogo. O sol. Você sabe que eu tentei.

- Sei, e eu não quero que você sofra. – disse ela. – Diabos, não quero que você morra!

- Mas de que outra forma poderíamos ficar juntos? Eu quero que você me sinta. Quero estar em seu nível, realmente ao seu lado.

Ela o observou, e algo em seu olhar que dizia que ela continha um plano.

- Então acho que deveríamos aproveitar o fato de sermos imortais.

Ele esperou calado.

- Sei que existem encarnações. – ela continuou. – Já tentei, mas ainda não consegui. Preciso saber mais sobre isso, preciso tentar mais, expulsar uma alma e entrar em um corpo.

- E no que a eternidade ajudaria?

- Pode ajudar nos dando sempre tempo para encontrar alguém que nos dê informações sobre isso.

- E esse alguém seria...?

- Um espírito encarnado.

Ele se calou. Ah, isso seria incrível. Simplesmente incrível.

- Então... – ele sussurrou.

- Sim. Eu irei conseguir mais dinheiro... Do meu jeito. Você pode fazer isso também. E então nós iremos viajar pelo mundo.

- Mas por onde começaremos?

- Bem, se não temos nenhuma pista, podemos começar por onde quisermos. E eu sei que você quer encontrar algumas pessoas.

Os olhos dele brilharam de ansiedade.

- Sim – ela disse sorrindo. – Se existe um lugar para encontrarmos algo nesse nível, esse lugar é Mystic Falls. Vamos ver sua grande amiga Elena Gilbert.

E sozinha, dentro de sua própria mente invisível, ela completou: “E, de uma forma ou de outra, eu irei conseguir o corpo dela.”

 

blog comments powered by Disqus