O Preço da Imortalidade
Obs: essa é a primeira resenha nesse novo formato. A partir dessa, todas terão a lista de personagens favoritos e de frases.
William Brenauder é um camponês que desperta em uma noite como vampiro, sem ter lembranças sobre a própria transformação ou sobre a revolta de camponeses que ocorrera dias antes nas terras de seu senhor. Ele é encontrado e “adotado” por Arctos de Pontis. Esse vampiro o trata com desprezo, pois William, diferente dos outros seres da noite, ainda tenta manter sua humanidade viva.
A história se inicia, realmente, quando William é levado à julgamento por culpa de atos que Arctos cometeu, e Lam Sahur, considerado o vampiro mais poderoso da região, o condena à quatro meses na floresta de Haye, conhecida por ser lar de lobisomens e de caçadores de vampiros. E lá, além do desafio de permanecer vivo, do esforço interno para tentar se lembrar de seu criador e dos dias da revolta e da necessidade de vingar sua família – encontrada morta por ele e Arctos -, William também luta para não deixar seu lado obscuro e mau se apossar de seu coração; lado este que Brenauder denominou de “William das Trevas”.
E tudo isso é apenas uma metade do livro. Outra história se desenrola, baseada na estranha curiosidade de Arctos e seu mestre, Sian Malthus, em informações sobre uma tal de família Dansh. E essa história envolve muito mais do que apenas vampiros.
E esse é um ponto a se explorar; muitos podem não gostar do tipo de fantasia que ocorre na segunda metade do livro. É o tipo de fantasia que envolve quase tudo: fadas, magos, predadores de almas (zumbis que sugam a energia vital) e objetos mágicos, por exemplo. Mas para outros, essa mistura pode ser considerada esplêndida. Eu, particularmente, gostei desse “mix”.
Algo que também se mostra original e, ao mesmo tempo, clássico, são as características dos vampiros. Eles são seres mortos, mas – e eu adorei isso – seus corações batem quando precisam de força; assim seu sangue é circulado pelo corpo todo. Seus olhos emitem um brilho sobrenatural, cada vampiro com uma cor, quando esses se “transformam”: quando perdem a aparência humana e viram predadores natos, mostrando os longos caninos e atacando.
O livro tem muita ação, algumas surpresas, e um delicioso ar de mistério deixado pela dúvida sobre o passado de William. A luta do camponês para preservar sua humanidade encanta aos leitores como encantou a personagem Reinald Galf. E, é claro, tudo é regado a sangue.
O final da história é uma surpresa, como não poderia deixar de ser. Eu fiquei em dúvida por alguns momentos, decidindo se havia ou não gostado desse fim. Como me aproximo muito das personagens (e acredito que isso ocorra com muitas pessoas), fiquei, digamos, revoltada com o destino de algumas delas. Mas, ao analisar melhor, percebi que se estava sentindo revolta, é porque o livro conseguira me passar alguma emoção; e se o livro pode fazer isso, é porque ele é, no mínimo, cativante e curioso, assim como suas personagens. E é uma recomendação. ;)
Meus favoritos
Personagens (+)
Reinald Galf
William Brenauder
Richard Blane
Lisa Timbrook
James Turner
Personagens (–)
Lam Sahur
Sian Malthus
“A Besta”
John Wilson
Arctos de Pontis
Frases favoritas:
“Até mesmo Lúcifer, que é o mal supremo, não é um anjo caído? E como anjo, não é uma criação de Deus? Por que nós também não seríamos?" – Reinald Galf, pg. 186
“Se o anjo da morte existe, ele com certeza nos odeia” – Reinald Galf, pg. 186
“Todos nós, mortais ou imortais, temos um lado obscuro, isso é absolutamente normal” – Reinald Galf, pg. 187
“O mal é uma forma de expressão genuína e pura” – Arctos de Pontis, pg. 516