Imortalidade
Eu quero ter a imortalidade. Quero ser como os vampiros, que não adoecem, não fraquejam e vivem para sempre.
Mas eu não me importo em morrer. E existem tantas formas de isso acontecer!
Morrer atropelado.
Asfixiado.
Queimado.
Por parada cardíaca.
Derrame cerebral.
Aneurisma.
Hemorragia.
Pode-se morrer assassinado, por acidente, por velhice ou suicídio.
Tudo isso mata, e nada disso me assusta.
Eu posso morrer; tudo bem. Aceito isso. Compreendo até, talvez. E aceito.
Mas há uma morte terrível demais, que eu não consigo entender ou aceitar. Uma morte que pode durar uma vida inteira, e torturar em tempo integral; ou talvez me deixar simplesmente sem-vida, sem-graça, sem sentido. É dolorida demais, irracional demais para ser aceita. E o pior é que é possível ressuscitar, é possível superá-la; mas somente para tê-la novamente.
Eu não me importo em morrer.
Mas meu coração precisa de imortalidade.