Acredito que esse seja o ápice da palavra "oposto", não?

A principal diferença entre a vida e a morte não é o "ser" e o "não ser". É o conhecimento.

Nós conhecemos a  vida. Sabemos, através de outros ou de nós mesmos, suas dificuldades, seus prazeres, suas necessidades. Mas não conhecemos a morte.  A morte é o mistério mais profundo e antigo do mundo. Existem crenças, superstições e suposições, mas não existe, nunca existiu e provavelmente nunca existirá certeza alguma quanto ao fim da vida.

Mas qual desses dois é maior? E não falo aqui de tempo ou tamanho. Falo de importância. Qual é o maior fenômeno?

Na verdade, não importa (sim, reconheço a ironia). Mesmo que não saibamos isso, mesmo que não saibamos qual é a grande resposta do universo, não tem importância. Entender essa principal diferença entre a vida e a morte já é o suficiente. Nós não conhecemos a morte; portanto, não podemos passar nossa vida, da qual sabemos quase tudo que podemos saber, temendo-a ou esperando-a. Simples e justamente porque ela é um mistério. Claro que teremos curiosidade, e por isso devemos exercitar a imaginação e supor; as suposições são tudo o que teremos. Porque a morte não é algo com opções e alternativas, como em alguma prova de colégio; pode ser absolutamente qualquer coisa, ou pode não ser nada. Só descobriremos quando chegar a hora. Até lá, que vivamos o nosso curto e quase completo conhecimento que é a vida; e quem sabe, ao descobrir a morte, não entendamos todos os grandes segredos do universo?