Fui “iniciada” em Stephen King com este livro, e acho que foi um ótimo começo.

“O Cemitério” trata de mais de um assunto, mas, em especial, da linha tênue entre sanidade e dor. Afinal, quando a dor é insuportável, que outro modo a mente tem de lidar com ela senão com a loucura? Não só isso, o livro também fala, claro, da reação ao terror e ao desconhecido que as pessoas geralmente têm.

Resumindo, a história é sobre um cemitério místico que traz os seres lá enterrados de volta à vida. Nós acompanhamos Louis, sua esposa Rachel, seus filhos Ellie e Gage e o gato de sua filha, Church, ao se mudarem para a pequena cidade que oculta esse segredo. Enquanto se estabelecem, criam uma grande amizade com o vizinho, Jud Crandall, e descobrem sozinhos alguns dos mistérios do lugar; entre eles, o “Simitério de Bichos” (Pet Semetary), um local onde crianças enterram seus animais de estimação com carinho e cuidado; um local macabro e, de alguma forma, infantil e organizado ao mesmo tempo.

Em seu emprego novo na enfermaria de uma universidade próxima, Louis presencia a primeira morte do livro, e com ela, um aviso; que, claro, é logo ignorado.

Louis começa, aos poucos, a ser puxado para o sobrenatural que o cerca. Quando o gato Church morre, ele é levado por Jud para conhecer o verdadeiro cemitério, longe do “Simitério de Bichos” que todos já conheciam. E é lá que a mágica acontece.

Church, porém, não volta o mesmo gato que era antes. Há claramente algo errado com ele, algo que todos repudiam, mas não sabem identificar. Mas ele está de volta e a pequena Ellie não teve de enfrentar a morte tão cedo, o que já foi motivo suficiente para Louis ter feito o que fez.

A história continua salpicada de mistério, terror, filosofia e até alguma comédia, para que, em certo ponto, um baque balance toda a estrutura psicológica e emocional de Louis e crie o final — que, para quem já leu ou assistiu algum dos filmes baseados em seus livros, como no meu caso, é bem ao estilo Stephen King.

Uma boa leitura, não leve, mas não realmente pesada. Alguns momentos são lentos, mas estes não duram muito. Outros são uma maravilhosa viagem para a mente de algum personagem, que te faz sentir rodopiando em pensamentos e teorias por algum tempo. Outra coisa ótima é a descrição das sensações; tanto as físicas quanto as psicológicas são descritas perfeitamente, com metáforas e comparações que as explicam melhor do que as pessoas geralmente conseguem.

Recomendo a leitura. E no mais... Hey, ho, let’s go!

Personagens +

Ellie Creed

Louis Creed

Church

Personagens –

Zelda Goldman

Irwin Goldman

Church

Frases favoritas

“Na vida de qualquer pessoa existem coisas enferrujadas, mas não de todo enterradas”

“O que eu acho é que as pessoas deviam questionar esses sentimentos de dúvida em vez de questionar o que o coração mandou que elas fizessem”

— Jud Crandall

“O solo do coração de um homem é mais empedernido. Um homem planta o que pode... E cuida do que plantou.”

— Victor Pascow