Análise

20/02/2011 13:18

Eu penso.  Vivo, sinto.

Tenho todo tipo de emoção ao longo dos dias, meses e anos.

Sei me controlar, geralmente. Consigo me adaptar às mudanças, mas sempre mantendo um pedaço de mim intacto. Resisto às pessoas, todas que querem me mudar simplesmente porque acham que é o certo, mas não resisto a quem faz isso procurando o meu bem. Luto contra tudo o que acho que pode me deturpar ou corromper minha alma e minha mente. Penso muito nas coisas antes de fazê-las, mas às  vezes me esqueço disso e sou impulsiva, só às  vezes.

Sou indecisa, mas muito decisiva. Não consigo decidir qual roupa usar para sair, mas sim qual carreira seguir; não escolho rapidamente qual livro  vou ler, mas não demoro a ter uma posição em frente a uma discussão. Não mudo de opinião sem muito esforço e argumentos da parte do outro que tenta me convencer, e quando mudo, defendo a nova opinião como defendia a antiga.

Sou orgulhosa a respeito de muitas coisas, mas insegura quanto a muitas outras. Ninguém tira de mim uma certeza interior, que eu tenho sobre mim mesma; e é muito demorado para alguém fazer com que uma insegurança minha caia, mas não é impossível. Somente pessoas que eu amo podem fazer isso.

Acho que chorar é ótimo, mas não choro muito. Minhas lágrimas já me denunciaram muitas  vezes, e já feriram aquele meu orgulho de formas muito dolorosas; com isso, comecei a parar de chorar. Posso parecer extremamente fria em uma situação em que isso seja necessário. Eu simplesmente não  vou chorar. É claro que às  vezes isso se perde, e um ataque de choro pode aparecer inesperadamente, mas isso só ocorrerá depois de meses o segurando.  A  vida me fez desaprender a chorar. Não sou fria, porém; ainda sinto o mesmo que antes, ainda tenho o mesmo turbilhão dentro de mim; só não odemonstro, o que tanto causa mais dor quanto mais satisfação. E, novamente, só com pessoas que eu amo eu consigo chorar livremente. Porque o amor é sempre maior que o orgulho, quando ele é verdadeiro.

Não sinto raiva muito freqüentemente. Sinto tristeza, muita decepção e solidão, às  vezes. Mas geralmente me sinto feliz. Tenho coisas e pessoas boas me cercando, sei reconhecer isso e me considero feliz. Um pouco complicada, mas feliz, sim.

Não estou escrevendo isso sob o ponto de  vista de uma personagem, como geralmente faço. Sou eu,  Ariane F. Nascimento quem está falando. Posso estar escrevendo para que  vocês me conheçam melhor, mas acho que é para que eu me conheça melhor; pois isso é outra parte de mim; estou sempre me conhecendo mais, descobrindo-me mais. E acho que muitas pessoas se identificam com algumas partes desse texto, pois sou, afinal, apenas mais uma entre tantas mentes e corações, e ainda assim, completamente única, como todos os outros.

Ainda há muito, muito mais sobre mim que  vocês não sabem e que eu mesma ainda irei descobrir. Sinto mais coisas, divago muito mais do que deveria e talvez ame com mais intensidade do que deveria ser possível.

Mas chego só até aqui hoje. Não quero mais pensar em mim. Quero  viajar em outras mentes, outros mundos, outras preocupações. E aconselho a todos que façam isso sempre que puderem, pois estar o tempo todo dentro da realidade do mundo, e de si mesmo, é mais insuportável do que qualquer outra coisa.

 

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